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Conheça Matthieu Ricard, o homem mais feliz do mundo!

Atualizado: 6 de abr. de 2020

E se eu contasse para você que existe um homem que desvendou o mistério da felicidade? Que, apesar de todo o sofrimento que assola a humanidade, um monge que vive em uma montanha no Nepal descobriu a receita de como ser feliz?

Seu nome é Matthieu Ricard, conhecido como “O Homem Mais Feliz do Mundo”


Filho de um intelectual francês – cresceu em uma casa frequentada por personalidades tão importantes quanto o maestro e compositor Igor Stravinsky e o cineasta Luis Buñuel –, deixou para trás a vida de bon vivant parisiense e uma promissora carreira como geneticista no Instituto Pasteur para viver em mosteiros nas montanhas da Índia em 1972, aos 26 anos de idade, e estudar o legado dos grandes mestres budistas que haviam fugido do Tibete – seu último grande professor, Dilgo Khyentse Rinpoche, viveu por 30 anos em uma caverna. Aos 70 anos, Matthieu é uma estrela de fama internacional requisitado para 350 eventos por ano e inúmeras entrevistas (muito mais do que ele teria tempo para conceder). Ele rodou o mundo na companhia do Dalai Lama.





Nosso apego ao ego está fundamentalmente ligado ao nosso sofrimento e ao que impomos às outras pessoas. A liberdade é o oposto.”



Imagine o que uma pessoa tem que ser e/ou ter para ser considerada a mais feliz do mundo: Dinheiro? Sucesso? Beleza? Amor? Saúde? Tudo isso junto? A verdade é que nada disso, pelo menos não especificamente, fez com que o homem mais feliz do mundo, Matthieu Ricard, ganhasse esse título.

E o interesse pelo assunto da felicidade foi tão grande que Ricard teve suas ondas cerebrais avaliadas rigorosamente por pesquisadores da Universidade de Wisconsin.

De acordo com o neurocientista Richard Davidson, responsável pelo estudo, 256 sensores foram utilizados durante as sessões de meditação do monge para que suas atividades cerebrais fossem mapeadas.


Os sensores revelaram que o cérebro de Ricard produz um nível altamente elevado de ondas gama – o mais alto já registrado pela ciência. Essas ondas estão relacionadas com consciência, atenção, aprendizagem e memória. No caso do monge, sempre que ele fazia meditação seus pensamentos ficavam focados em compaixão.


Davidson disse, ainda, que os exames revelaram uma atividade excessiva no córtex pré-frontal esquerdo, em comparação com o lado direito. Essa diferença de atividade permite que Ricard consiga sentir felicidade de uma forma extremamente intensa e tenha capacidade reduzida de sentir negatividade.

Ainda que tudo isso tenha sido comprovado cientificamente, Ricard não se considera o homem mais feliz do mundo e diz que conhece outros monges mais felizes do que ele.

Preocupado com o título que recebeu, ele chegou a desabafar com Dalai Lama. O conselho que ouviu? “Se querem que você seja o homem mais feliz do mundo, seja o homem mais feliz do mundo”.

Quando precisa dar conselhos sobre felicidade, no entanto, Ricard afirma que benevolência e altruísmo são as chaves para a felicidade plena. Ele nos aconselha a meditar por 15 minutos ao dia, pelo menos, e, durante esse tempo, pensar em coisas felizes – estudos realizados por Davidson comprovaram que 20 minutos de meditação diária podem fazer com que uma pessoa se sinta mais feliz. Ou seja... Dá para adaptar a dica de Ricard à descoberta de Davidson.


Em uma entrevista, o monge budista disse que a comparação que tendemos a fazer de nossa vida com a de outras pessoas é o que mais acaba com a nossa felicidade. Se pensarmos bem, isso faz bastante sentido, você não acha?


Algumas dicas de Ricard para você ser realmente feliz!


Não. A felicidade não tem cheiro, não é algo palpável. Não está em ter um carro novo, o apartamento perfeito, a roupa de marca, alguém para amar ou o prazer em comer aquele pedaço de bolo de chocolate com cobertura extra. E não é "um revólver quente" como cantaram os Beatles. Ela não é uma sensação de prazer ou algo momentâneo.


Mas é algo possível. E pode ser (sim!) o sentimento que determina cada instante da sua vida -- se você aprender a controlar a sua mente. O monge budista Matthieu Ricard, é considerado "o homem mais feliz do mundo" e acredita nessa ideia e quer que ela circule por aí.


Segundo ele, a felicidade deve ser entendida como um sentimento profundo de serenidade e realização que sustenta todos os outros estados emocionais. Ou, se você quiser simplificar, é aquela sensação plena de bem-estar, mesmo quando o mundo está caindo à sua volta (ele conta aqui como chegou até ela).


Eis 4 passos para entender e conquistar a felicidade, segundo Matthieu:


1. Escolha transformar o seu sofrimento

Ninguém acorda pensando: "Que dia lindo para sofrer", ou "Tomara que eu sofra o dia todo!". Mas, tudo o que fazemos, direta ou indiretamente, está ligado a um desejo profundo de bem-estar e felicidade. Certo? Afinal, ninguém sai de casa esperando que coisas ruins aconteçam. Mas por que continuamos sofrendo como se estivéssemos enfeitiçados por uma obsessão? A resposta está em nossa própria mente: ela não tem o treinamento adequado. Escolhemos focar a atenção plena no sofrimento -- e só nele. Segundo Matthieu Ricard, este "foco" só provoca o aumento da agonia. Quando um tema traz angústia é porque os pensamentos insistem em regressar à origem da dor e é preciso deixar de lado as emoções negativas para desenvolver as positivas (mas não é algo que acontece do dia para a noite. Exige tempo e esforço -- veja o tópico 4).


2. TER TUDO não é sinônimo de felicidade

A busca pela felicidade, muitas vezes, se dá de forma equivocada. Ela não está em "coisas" e não está ligada ao sentimento de prazer, ou a momentos considerados "felizes". Na sociedade ocidental, "ter tudo" é sinônimo de sucesso, de felicidade, de realização pessoal. Mas, na visão de Matthieu, o "ter" é um grande perigo. Já que se houver algo que não se conquiste, tudo ao redor pode desabar. Para ele, o controle que temos sobre o mundo externo é muito vago, limitado, temporário e, frequentemente, ilusório. Por isso...


3. Busque olhar para si, e não para o outro

Você pode estar no melhor lugar do mundo, mas completamente infeliz.

Então, como é possível criar condições para que a felicidade aconteça? Como identificar os sentimentos que possam minar a felicidade? Sentimentos tóxicos como ódio, raiva, inveja, arrogância, desejo obsessivo e ganância, deixam marcas e são capazes de interferir na felicidade do outro. A resposta é: olhar para as condições internas de mudança -- já que estão mais próximas e são mais fortes.

Segundo Matthieu, esta é a base de transformação da mente e o antídoto para estas emoções que minam o sentimento de bem-estar: não focar o objeto do ódio, mas sim, em como você lida com ele e treinar a mente para dissolver este sentimento até que, caso surja de novo (e sabemos que vai), ele apenas passe por ela sem deixar marcas.


4. Conheça e transforme a sua mente: medite!

Matthieu disse em entrevista à revista Galileu que não considera o budismo uma religião: "Não perdemos tempo discutindo Deus. A questão é irrelevante. Buscamos saber como a mente funciona. Precisamos refinar a percepção de nossa realidade." E é aí que o papel da meditação entra. Uma mente mais tranquila responde melhor aos desafios impostos pelo cotidiano, enquanto uma contaminada por emoções descontroladas levam a um caminho longe do equilíbrio e da serenidade.

Segundo ele, quanto mais aprendemos a lidar com estes sentimentos de forma passageira em nossa mente, podemos ser como o mar: por mais que as ondas fiquem inquietas na superfície e tempestades ocorram, a profundeza do oceano não muda, continua intacta. Lembra daquela história de "para ser grande, sê inteiro", de um dos poemas de Fernando Pessoa? É mais ou menos isso. E o caminho é aprender a meditar.

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